terça-feira, 15 de abril de 2008

De certo!


De certo que era linda!

Seus seios pontudos, redondo, pequenos, eram desenhados na palma da mão dele

De certo que era pálida,

faltavam glóbulos de coragem, de liberdade, de vontade em sua vida.

De certo que era anônima,

Esquecida,

Paralítica,

Comum.

De certo que todos as tinham,

por um único cigarro.

De certo que não tinha quase nada.

Foi roubada a sua infância,

foi roubada a sua felicidade,

foram roubados os seus sonhos.

De certo que suas pernas, entreabertas, já não causavam tanta dor.

De certo que esse era seu percurso,

no vão escuro, o contato.

o acordo,

o que já foi pago.

Não importava se para ela já era mercadoria sem código de barra.

Não importa se todos que as procuravam

só queriam sua carne quente,

sua boca que já perdera a cor,

sua mão que não sabe mais o que é o amor.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Ronaldo Ventura disse...

Gostei demais deste!