quinta-feira, 24 de abril de 2008




Uma maçã mordida,
uma mão masculina,
um olhar,
um não negar.
Uma fala interrompida,
uma saliva a dois
um canto no quarto,
um andar aguçado,
Uma noite...
Eres um fantasma do desejo,
sonho freudiano.
Eres uma criança cabisbaixa,
sem amor,
sem calor,
sem pulsar.


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Lembrei de você!




Não posso nem se quer medir-me,
não sei até onde vão meus gostos fúteis,
minhas vontades, meus desejos.
Solto lágrimas,
por fantasmas que mim prenderam e me prenderão
por razões que desconheço.
Não sei do mundo.
Quero o tempo sem medida.
Quero o que nao sou.
Sofro pelo que sou.
Gosto do distante,
do que não tenho,
ou do que ja morreu.
Não sei de mim, eu novamente sei.
Não sei como recortar esse personagem.
Não sei da vida.
De um gostar apenas do sorrir do outro.
E que se foi sem permitir conhecê-lo.
Se anulou por uma causa não divulgada,
insosso n'alma .
ps:Léo Brandão

terça-feira, 22 de abril de 2008

Não vou celebrar mais o acabado,o imundo,o cruel.
Não vou celebrar você,
a maçã,
a roupa limpa.
Não quero palavras lindas.
Não quero mais o dito.
Não sei o que já desejei.
Não sei o meu gostar.
Ele se Transfigura...
Não sei o meu pensar, ele se dissolve.
Se ser disjunto é ser total.
Se ser total é ser faltante, devolva minha metade.
Se sua boca não é minha fonte. O que resta do alimento?
Se não mais tenho,
se nem mais tinha,
Não sei de mim.
Não olho em mim.
Deformo no espelho que você enverga.
Não sei se ser côncavo ou convexo é minha solução.

terça-feira, 15 de abril de 2008


Era de madrugada.

O céu ainda estava nu com suas ruas pálidas.

Eram quatro da madrugada e uma luz tipo fotolito na esquina à direita.

Eram quatro da madrugada e um frio dominante que provocava arrepio.

Eram quatro da madrugada e ali estava meus pés descalços,

sujos, talvez da poeira de suas palavras.

Eram quatro da madrugada e um chiado agudo,

um grito fulminante que matou o último visionário.

Eram quatro ponteiros parados no relógio da antiga prateleira.

Eram quatro vidas registradas na minha cabeceira.

Eram quatro sopros de LUXÚRIA que desejei por ti!

De certo!


De certo que era linda!

Seus seios pontudos, redondo, pequenos, eram desenhados na palma da mão dele

De certo que era pálida,

faltavam glóbulos de coragem, de liberdade, de vontade em sua vida.

De certo que era anônima,

Esquecida,

Paralítica,

Comum.

De certo que todos as tinham,

por um único cigarro.

De certo que não tinha quase nada.

Foi roubada a sua infância,

foi roubada a sua felicidade,

foram roubados os seus sonhos.

De certo que suas pernas, entreabertas, já não causavam tanta dor.

De certo que esse era seu percurso,

no vão escuro, o contato.

o acordo,

o que já foi pago.

Não importava se para ela já era mercadoria sem código de barra.

Não importa se todos que as procuravam

só queriam sua carne quente,

sua boca que já perdera a cor,

sua mão que não sabe mais o que é o amor.

sábado, 12 de abril de 2008

EGO!


Sou anfitrião do passado.

Sou uma pólvora,

o ar,

a água.

O nada.

Sou o medo,

Vivo do medo,

Da noite,

Dos dois;

Sou Narciso,

Divida seu espelho!

Verdades.

E jogada pelo vento

Traças me devoram.

Escondo-me no meu passado negro.

Nego aos céticos, religiosos.

E jogado contra o vento,

Sou ainda louca,

Insana nas minhas liturgias.

Desejos sexuais.

Nos meus ideais de “belo”.

E jogado nas nuvens

Não penso no leve,

No puro e no branco.

Quero pinceis.

Desordem,

Sopa de letras.

E jogada contra mim?

Só assim posso mim encontrar,

E então poderei chorar

Desestruturas e desabafos.



Interno


Só um pó.

Só uma voz.

Só uma vez.

Desagrego-me,

interrompe,

divide.

Intimida-me,

ensina-me,

não me tem.

Não sou nada,

não sou sua,

nem pertenço a mim.

Sou só carne,

podre, não mais vigente.

Não sinto odor,

o calor dos seus pés.

Não me sustento.

Equilibro-me no cruel pensamento que me invade.

Inteiro

Tendes a falar ao vento quase sempre sem razões implacáveis.

A realizar lições sem destinar interesses.

Tendes amar a mim sem perguntar o que ganhastes

Tendes a ser diferente sem usar dos esforços.

Tendes a sonhar em meio de neblinas.

Como pode incompleto de carícias, deslizar sobre minha pele sem pedir um vão de prazer?

Fechastes os olhos enquanto o outro choras sua presença.Sorrir enquanto o mundo fecha suas fantasias.Não se escondes em nuvens de ilusões e desilusões.

Quanta saliva resiste a secura de um outro alguém que usastes para esquecer o fantasma do passado?

Mereceis tronos e ninfas a sua volta. Digno de PANTEÕES e orquestras. Beijos e mordidas.Pegas e noite de tesão que o delire.

Mereceis todos os homens e mulheres. Afrodisíaco e fantasias.

UMA CAMA REDONDA...

Não me merece. Nem a esfinge que te rodeia. A casa e as cartas. Não ao comum e aos poucos vinhos.

Fartura sempre para alguém que renuncia a alma por um sorriso. A vida por um abraço.