segunda-feira, 16 de março de 2009

As lágrimas sentem vontades de abraçar o chão.
Voam numa intensidade profunda. Vestem-se com um véu.
As gotas que jorram da sua cara pálida;
O morte!
Que bela és.
As lágrimas são superfícies tingidas, fingidas. Escorrem numa linda dança fria. Desmancha a sua natureza hipócrita, inóspita.
Porque as lágrimas são palavras escondidas, forçadas, forjadas.
Reais!
Que ignora seu corpo, seu todo, pele, seu nu.

As lágrimas quando não sabem negar, só lhe resta a condição de suor. Partículas desmanchadas em contato com o calor e a gravidade que leva os corpos ao chão por uma única força: O desejo!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Corsário

Dessa vez não joguei palavras engarrafadas no mar, nem me banhei de embriaguez.

Mas meus desejos continuam transgredindo numa proporção que não cabem mais em mim.

Quero que as ondas nos alimentem, nos banhem, nos gaste, nos mate, pois ainda é “doce morrer no mar”, em você, sem você, no seu olhar, no seu calor, na sua pele. Na sua ausência...

Dessa vez não brindei com o vento o seu sorriso tão intenso, imenso, tão fiel a você. Não joguei palavras no ar e nem cartas no mar... Esse sentimento corsário que ainda permanece!

terça-feira, 3 de março de 2009




Deixou em meio a tantas agonias, o ímpeto olhar que me sufocava nas noites de outono. O fluxo do pêssego que marcava e melava meu cobertor vermelho púrpuro, não fora capaz de anular o cheiro das despedidas. Dos formosos adeus dotado de tantos desejos e vontades de permanecer no ventre. Nos laços de declarações e melodias de toques labiais.



O descansar dos lençois postos na minha imensidão de cama, cheirados aos pêssegos que minha boca recusava, diluiu em odores desnecessário de serem descritos.



Porquê em mim permanece. Nem as cerejas quando provadas, tocadas, molhadas e fixadas no meu paladar, irão adoçar a minha penumbra.