segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

De hoje em diante tentarei moldar a forma perfeita do absurdo.
Não gastar... porque a sensação que eu tenho e de que o meu limite para as coisas mortais me promove uma alteridade falsa.
Posso guardar na minha garganta o desejo de provocar e medir minhas palavras.
Mas para meus absurdos, procurarei vasos formosos e listrados.
Dentro de mim anjos e demônios se deitam em noites de calor. Faz-me flutuar.
Os demônios que me tentam é o dos mais libidinosos e sem faces. Habitados dentro de nossas manhas e manias. Desejando caminhar pelos nossos semblantes e sorrisos safados, vadios, sádicos e viciosos.
Dentro de mim o que rege não é pulsares vitalício, mas poços de estímulos.
Rios de vinhos. Oceanos de sensações.
E dos meus absurdos me resta saber, enfim, o que o outro poderá ganhar de mim se não somente a intrigante sentença de que de mim não poderás ter. Porque são formas
monossilábicas, ocas, unidirecional, não formais.
É, realmente a noite anda muito quente,
e o café que fizestes não amargas mais.
Mas, ainda doce, minha boca pede você.
O vinho que manchastes a poltrona não saiu do meu corpo;
e nesse exato momento queria ter a limitação do assopro.
Do arrepio,
e do ardor.
Do momento certo.
Poderia, pelo menos, deixar de você aquele semblante.
O sorriso.
Talvez as peças intimas.
E voar...
Para que no espaço certo voltasse,
e roubasse de mim o eterno desejo.