sábado, 23 de agosto de 2008




O toque do polegar com o vazio que deixastes, não fora possível o suicídio da lembrança.
Ela que nas noites taciturna invadia o travesseiro e causava o desespero agudo.


Poderia desse modo cuspir o soluço ou soltar gotas, mas certamente seria pouco, limitaria.
Tocava com alegria suas mãos no cobertor. Cheirava-o em busca do suor posto pela ânsia de se estar presente. De se possuir o calor e o contato.


Mas não tinha, foi levado pelo vento ou pelas estações.

Continuava a cavar o polegar, afundava para resgatar do tempo. Sua mão perdia-se. O seu olhar já cansado de esperar, se fechou lentamente na espera de reencontrá-lo no sonho.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Olhar de vidro





Vultos salpitaram do meu olhar.


Ele que já não mais brilhava,sorriu de dor.


O branco da soma de desejos


pingou e jogou contra mim o beijo.


(Me) abraçou.


O meu olhar percorreu o escuro gosto dele e bebeu de sua nuca.


Fina,bem feita e suave.


Vulto de palavra voaram ,devorando-lhe.


Gritamos.


Toques de pés pesados,safados,vadios.


Ele roubou o meu intímo


e jogou em mim o óbvio,


que ele chamava de amor.
Cortes na maçã,
incisão nas...
abaixei,
incarcei em mim o proibido,
gosto do libido
vinhos bebidos,
corpos lidos,cortes profundo.
Cravei em mim,o nú.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Teve a -sensação-.
Mas como toda a sensação,exposta ficou.
Seduzio o íntimo
S e n s o...
[Teve],mas não a posse.
O vento passou o levou o libido,
bebeu do líquido,
deserdou o seu nú.
Sensação sua.Senso comum.
Permanecendo por um frime,
o fingimento de quem olha.





Virava tatuagem no mármore desbotado.
A marca do pequeno orifício do cigarro provocava uma perfuração significante.
O mármore fumava.
As pisadas ouvidas eram aceleradas a cada dança do relógio.
Tivera a sensação que aqueles passos, firmes, poderia ser dele.
Olhava o mármore ,a marca ,a dor.
O que fora violado,
lembrava de sí.
Dos portas
[retratos]
quebrados,
des[amados],
passageiros.